quinta-feira, 5 de junho de 2025

COELHOS PROFILAXIA GENÉTICA



Seleção Zootécnica e Sanitária de Coelhos: Vigor, Resistência e Controle Sanitário

A melhoria genética e sanitária dos coelhos deve ser orientada para o fortalecimento da resistência às enfermidades, considerando-se os desafios constantes impostos pelos agentes patógenos, cuja capacidade de mutação e adaptação é elevada.

Objetivo da Seleção Sanitária

A seleção sanitária tem como propósito fundamental conservar o coelho com pleno vigor, eliminando indivíduos:

  • Com malformações anatômicas;

  • Portadores de enfermidades hereditárias;

  • Com anomalias dentárias;

  • Que apresentem necroses nos membros ou outras condições incapacitantes.

Através dessa seleção, busca-se promover um plantel saudável, robusto e mais resistente às adversidades ambientais e infecciosas.

Mecanismos Naturais de Defesa

O organismo do coelho possui defesas fisiológicas e imunológicas contra agressões do meio ambiente e patógenos, sejam estes de natureza bacteriana, viral, parasitária ou fúngica. Entretanto, a capacidade de resposta imune varia significativamente entre indivíduos.

Essa variabilidade explica por que, em surtos epizoóticos, alguns coelhos permanecem saudáveis, enquanto outros adoecem. Tais diferenças refletem um atributo genético transmissível, o qual pode ser explorado pela seleção zootécnica.

Importância da Seleção de Reprodutores

A escolha criteriosa dos reprodutores é uma prática fundamental não apenas para aprimoramento genético, mas também como medida profilática.

  • Reprodutores saudáveis contribuem para a formação de linhagens naturalmente mais resistentes a determinadas doenças.

  • O cruzamento entre indivíduos não aparentados (heterozigotos) favorece o vigor híbrido e melhora o estado geral de saúde dos descendentes.

  • Por outro lado, a consanguinidade tende a enfraquecer o sistema imune e aumentar a predisposição a enfermidades hereditárias.

Quarentena de Novos Reprodutores

Antes de introduzir novos animais ao plantel, especialmente quando adquiridos por suas qualidades genéticas, é imprescindível submetê-los a um período de quarentena preventiva.

Durante esse período, devem ser realizados os seguintes procedimentos:

  • Observação geral do estado sanitário, com atenção a sinais clínicos sutis;

  • Exame físico detalhado, com inspeção de:

    • Orelhas (verificação de sarna ou micoses;

    • Extremidades (presença de lesões ou necroses);

    • Olhos e focinho (sinais de secreções anormais);

    • Órgãos genitais (alterações morfológicas ou sinais de infecção);

  • Exame coprológico, principalmente se houver suspeita de coccidiose, para detecção de oocistos ao microscópio.

Essas medidas visam prevenir a introdução de enfermidades incubadas no núcleo reprodutivo, protegendo a saúde geral do plantel e assegurando a continuidade do programa de melhoramento genético.


Conclusão
A seleção sanitária criteriosa, o manejo reprodutivo responsável e a aplicação rigorosa de protocolos de quarentena são pilares essenciais para o sucesso na criação racional de coelhos. O cunicultor técnico deve considerar a saúde como fator zootécnico prioritário e inseparável da produtividade.



segunda-feira, 2 de junho de 2025

Cuidados Essenciais com Reprodução, Alimentação e Proteção de Láparos no Inverno

 

O frio pode afetar diretamente a taxa de fertilidade e a eficiência reprodutiva dos coelhos:

Queda na libido dos machos: Temperaturas muito baixas podem reduzir a atividade sexual dos machos, levando à diminuição da taxa de cobertura e fertilização.
Estresse térmico nas fêmeas: O frio intenso gera estresse fisiológico, o que pode comprometer a ovulação e a receptividade sexual.
Taxa de sucesso de ninhadas: A queda de temperatura pode aumentar os casos de natimortos ou morte precoce de láparos, especialmente em criadouros mal protegidos.
Medidas recomendadas:
Isolamento térmico dos ninhos.
Cobertura das gaiolas com mantas ou lonas.
Uso de luzes infravermelhas ou aquecedores (com controle de temperatura e segurança).
Programar as coberturas para períodos menos frios do dia.
Os láparos, ao nascerem, não possuem pelos e são extremamente sensíveis à temperatura. A exposição ao frio pode levá-los à hipotermia e à morte em poucas horas.
Cuidados indispensáveis:
Utilização de caixas ninho com excelente isolamento térmico, forradas com palha seca, serragem ou papel picado.
Garantir que a coelha retire pelos do próprio corpo para forrar o ninho (comportamento natural, mas que deve ser observado).
Em casos extremos, pode-se usar bolsas de água quente ou placas térmicas sob o ninho, desde que isoladas e seguras.
Manter o ambiente livre de correntes de ar e com umidade controlada.
Durante o inverno, os coelhos necessitam de maior ingestão calórica para manter sua temperatura corporal.
Recomendações nutricionais:
Aumentar levemente a quantidade de ração fornecida, respeitando o limite para evitar obesidade.
Oferecer alimentos energéticos suplementares, como aveia, milho em pequenas quantidades ou rações enriquecidas.
Garantir o fornecimento de água limpa e não congelada, utilizando bebedouros térmicos ou trocando a água com maior frequência.
A estrutura física do criadouro influencia diretamente na sobrevivência e produtividade dos animais durante o frio.
Melhorias recomendadas:
Fechamento lateral com plástico transparente ou lonas durante o inverno, preservando a entrada de luz e impedindo o vento.
Pisos que permitam isolamento térmico, como madeira elevada ou uso de paletes.
Evitar locais úmidos, com acúmulo de urina ou fezes que contribuam para a proliferação de doenças respiratórias.

O frio pode agravar doenças respiratórias, como rinites e pneumonias, principalmente em ambientes com ventilação deficiente e acúmulo de umidade.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

PODODERMATITE - COELHOS



As doenças de pele dos coelhos podem provocar graves problemas no equilíbrio físico do animal.
A pododermatite é uma patologia que afeta a superfície inferior das extremidades (pés/patas).
Tem início geralmente com lesões isquêmicas de compressão ou como consequência da fricção da superfície plantar (pés) sobre o piso da gaiola.
Produz enrijecimento dos pelos de cobertura dos pés (os coelhos não possuem "almofadas" e estão protegidos apenas por pelos), com evidente eritema, seguido pelo aparecimento de úlceras mais ou menos profundas; com sangramento e aparecimento de crostras.
Nos fatores que favorecem o aparecimento da pododermatite, encontramos:
- a hereditariedade;
- o fundo da gaiola que muitas vezes de material inadequado, com tendência a corrosão causa lesões;
- os animais criados em pequenos espaços e com número elevado de coelhos na gaiola que impedidos de exercitarem-se, apresentam como fluxo sanguineo agregado a uma engorda, provocam a morte dos folículos de pelos; deixando a pele desprotegida para lesões.
- falta de higiene, por vezes os animais são submetidos e criados no acúmulo de fezes e urina que provocam inflamações nos pés e patas, agravando-se com ulcerações.
O tratamento deve ser prevenção a todos os ítens elencados, como número adequado de animais por gaiola, limpeza e desinfecção das mesmas com os pisos adequados.
Quando constatada a doença por hereditariedade devemos eliminar da criação os animais portadores do gene.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

RELAÇÃO TEMPERATURA X TAMANHO E PESO DA NINHADA AO NASCER


O tamanho da ninhada e seu peso ao nascer podem sinalizar situações de estresse térmico que afeta  a viabilidade do nascimento com vida dos filhotes e influencia diretamente sobre o desenvolvimento futuro dos coelhinhos.

Altas temperaturas: o tamanho da ninhada (quantidade de nascidos vivos) é influenciado pela temperatura, evidenciando-se no ambiente quando ela aumenta; por uma diminuição que pode ser significativa tecnicamente na média de partos.
Pode ainda, influir na diminuição do peso ao nascer o que compromete a viabilidade de vida dos láparos nascidos vivos.
Isso se deve a situações de conflitos de incidência da temperatura geradas sobre a coelha.
Ao aumentar a temperatura, a ingestão de ração diminui sobretudo no último terço da gestação, criando-se um balanço negativo energético sobre a coelha quando a exigência é maior dos embriões no útero materno.
Esta crise energética desemboca em uma diminuição da energia disponível para os futuros filhotes que tem que nascer e portanto se desenvolvem menos e nascem com um peso inferior do que o necessário para obter uma viabilidade de sobrevivência, podendo ocorrer um aumento de filhotes nascidos mortos e um aumento de baixas nos primeiros dias. 
Os mecanismos desencadeantes do parto atuam de forma pouco eficiente e descoordenadas.
Traduzindo-se em um aumento dos problemas do parto relacionados diretamente com o estres térmico; partos fora do ninho, partos demorados e com pouca quantidade de láparos nascidos vivos, láparos que obstruem o canal do parto, torções  uterinas, mortalidade das coelhas.

Baixas Temperaturas: lado oposto, quando as temperaturas são as inferiores das ótimas, indicam alimentação superior as normais e ocasionando animais obesos.
No momento do parto estes animais apresentam problemas pela falta de cálcio, que ocasionam obstruções no canal do parto e torções uterinas.
Poucos dias após o parto, se observa reprodutoras cujo parto não foi fácil, abandonar o ninho,estando apáticas comprometendo a viabilidade de vida e desenvolvimento dos filhotes.
Se o parto for confortável, a porcentagem de problemas ocorridos após, com os láparos, pode ser inferior a 3%, porém em situações de estresse térmico podemos chegar a até 10% facilmente com prejuízo econômico a curto prazo pela falta de filhotes nascidos e a médio prazo pela necessidade de renovação de plantel.


quinta-feira, 3 de agosto de 2017

COELHA NÃO ACEITA O MACHO





No que diz respeito  a aceitação do coelho macho pela  coelha, podemos  dizer que é um problema bastante comum. Temos que ir descartando as possibilidades.
Primeiro, estar seguro que a coelha esteja realmente no cio (fica quieta quando tocamos o seu dorso,etc), porém basicamente devemos observar se a vulva está bem avermelhada,caso contrário não aceitará o macho.
Outro problema pode ser a idade e o libido do coelho. Tente com outro macho, se o primeiro não fecundá-la; observe seu coelho podendo o problema ser a idade ou seu libido (muitas vezes é falta de minerais, principalmente fósforo na ração).
Adicione sal (cuidado com a quantidade) na alimentação e tente novamente depois de um mês.
Outra solução é o uso de hormônios, que pode ser utilizado, principalmente quando criamos um programa para o sincronismo de partos na criação; porém este método poder ser caro, sendo economicamente viável em uma criação de no mínimo 50 coelhas.
Outra forma de constatarmos o cio e a provável aceitação do macho pela coelha é quando  tocamos seu dorso ela demonstra uma posição para a monta.
Normalmente quando nos aproximamos para tocar  na coelha e ela emite grunhidos é porque está no momento adequado para ser coberta.
Quando uma coelha não aceita o macho, pode colocar o coelho em perigo  pois pode agredi-lo e machucá-lo podendo até torná-lo inútil para a criação.
Devemos também, levar em conta o uso de gaiola redonda especial para a prática do acasalamento, que impede de a fêmea se encostar no canto da gaiola, dificultando a monta.
Quando notarmos que o macho insiste em cobrir a coelha descartamos ser um problema do coelho, pois existem machos que desistem facilmente da cobertura e geralmente não são bons reprodutores.
Ficar longe da gaiola onde estão os coelhos em acasalamento,sem perdê-los de vista pode ajudar em alguns casos.
Recomenda-se que se tenha na criação mais de um macho, para que possa garantir uma boa cobertura na tentativa de procriação.
O uso de 16 horas de luz, principalmente no outono e inverno, ajuda para que as coelhas entrem no cio.
Outra coisa importante é o peso dos coelhos, não deve lhes faltar comida, porém devemos cuidar para que não haja sobrepeso,o que também pode influenciar na monta, tanto no que diz respeito aos machos como para as fêmeas.

terça-feira, 13 de junho de 2017

COELHO - LONGEVIDADE



Em seu habitat natural os coelhos vivem entre 3 e 4 anos, porém em cativeiro podem alcançar de 6 a 8 anos de idade, quando criados em ambiente adequado,com alimentação balanceada e todos os cuidados necessários (higiene,medicação,etc.).
As fases da vida dos coelhos podem ser divididas em:
- Crescimento: é aquela desde que o coelho nasce até os 90 dias para as fêmeas e até 105 dias para os machos; variando, podendo aumentar os dias segundo a raça, tamanho dos animais, genética, alimentação, sanidade, etc.
Como máximo podemos situá-lo entre 20 semanas para as coelhas e 24 semanas para os machos.
- Maturidade: desde a puberdade até o momento em que o macho é capaz de fecundar a fêmea e a mesma conceber.
Este é o período mais longo da vida dos coelhos. Uma fêmea pode ter condições de parir até os 6 anos (com redução do nº de filhotes por ninhada após 2 anos) e um macho pode apresentar libido e poder fecundante até o 8 anos.
- Velhice: Ultima fase da vida dos coelhos, na qual a reprodução não é possível, observa-se a diminuição dos movimentos, pelo sem brilho, dificuldade de visão, aparecimento de tumores, dentes arqueados e com tons escuros.
Os coelhos de maior porte podem ter uma vida mais prolongada do que as raças de porte menor.
Em uma criação comercial os machos tem que ter uma reposição anual de 40%, o que significa uma vida produtiva de 2 anos, a média de longevidade é de 3 anos.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

DESENVOLVIMENTO DOS FILHOTES




Vários fatores influem no desenvolvimento dos filhotes, encontramos grandes diferenças no tamanho do corpo das variadas raças de coelhos. A composição genética específica das raças não são somente determinantes na capacidade de crescimento alcançada dos animais adultos, mas também na intensidade do crescimento, a qual pode ser registrada pelo ganho de peso diário na fase de crescimento. 
Também o estado sanitário da criação correspondente, em especial e sobretudo individualmente, tem uma importância decisiva para o êxito do engorde. Juntando-se a isto destacamos a administração correta de nutrientes, posto que o desenvolvimento corporal só pode ser corretamente formado quando estão disponíveis nutrientes suficientes para que a energia seja metabolizada pelo organismo.
Nas primeiras fases do desenvolvimento de um coelho compete somente a mãe a tarefa de alimentá-lo, o que acontece através do transporte de nutrientes através do sangue materno. Antes do nascimento se canalizam os nutrientes através da placenta diretamente do sangue aos embriões e fetos. 
Depois do parto se inicia a produção de leite da coelha e se transmitem os nutrientes com o leite ingerido no trato digestivo dos láparos. Nos primeiros 21 dias de idade os filhotes se alimentam exclusivamente com leite materno, de tal maneira que o peso corporal dos láparos de uma ninhada aos 21 dias de idade reflete a capacidade leiteira da coelha, que influi diretamente em um maior ou menor desenvolvimento.
Observamos que um bom desenvolvimento desejado para os filhotes inicia antes do nascimento, através de um ato de monta exitoso de uma coelha, e que ocorra uma ovulação com óvulos maduros, pois nem todos os óvulos, ovulados de uma prenhez amadurecem para produzir filhotes nascidos e que venham a se desenvolver satisfatoriamente.