quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

ALIMENTO E PRODUÇÃO - COELHAS




As necessidades de uma coelha lactante são elevadas, sobretudo no que diz respeito a produção de leite entre os 14 e 28 dias depois do parto, sendo que isto representa praticamente 70% das necessidades totais.
As necessidades de gestação alcançam níveis importantes especialmente nos últimos 10 dias antes do parto. Para uma coelha de aproximadamente 4.25 kg, as necessidades totais de energia digestível estão estimadas entre 950 e 1.100kcal/dia.
O período crítico está entre 7 e 28 dias depois do parto, quando a lactancia é maior. Neste caso, a necessidade energética supera o que pode ingerir uma coelha: sendo necessário  reservas corporais para compensar o deficit energético. 
Se reconstituem parcialmente estas reservas na última semana antes do parto. As coelhas jóvens (com menos de 3 partos) , tem que concluir seu crescimento,tendo uma capacidade de ingestão energética 15-20% menor que as fêmeas de maior idade.
Neste caso, as reservas corporais podem não ser suficientes e o deficit total de energia pode alcanças a uns 25% antes do parto seguinte, o que prejudicará seriamente a produtividade futura destas fêmeas.
Por isto, se recomenda alimentar as coelhas com um potencial energético elevado com um alimento concentrado que proporcione  2500 kcal, e um nível de amido superior a 18%.
No ambiente da criação, este tipo de alimento permite aumentar a longevidade das coelhas e reduzir a taxa de reposição. A concentração de alimentos especiais para as reprodutoras nos leva a fornecer uma alientação com menos fibra e altos níveis de proteína digestível equilibrados (PD).
O nível de proteína tem uma influência direta sobre os resultados produtivos, como por exemplo o número de filhotes desmamados.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

COELHÁRIO - CONFORTO E PRODUÇÃO


Para alcançar ótimos resultados na criação de coelhos, devemos partir de animais sadios, de boa genética,alojados convenientemente e com um manejo correto.
O galpão de criação deve proteger os animais das agressões do exterior e proporcionar conforto aos coelhos.
Sendo que para que isso ocorra devemos considerar quatro fatores, temperatura, umidade , ventilação e luz.

Temperatura:
ótima - maternidade  15/18ºC - engorda  12/15ºC - ninho 25º C, ambiente à nível dos láparos 30/35ºC
mínima - maternidade 8ºC - engorda 5º C
máxima -maternidade 28ºC - engorda 30º C
Efeitos da temperatura:
Alta (excessiva) - influi produzindo indigestões,em grandes concentrações de animais pode provocar a morte. Ocasiona uma respiração mais lenta, diminuindo a capacidade reprodutiva, o apetite e o consumo de alimentos prejudicando também o desenvolvimento do animal.
Baixa - nos láparos pode ser causa de mortalidade e de enfermidades respiratórias, aumenta o consumo de alimento diminuindo a absorção e aproveitamento destes.


Umidade:
ótima 65/70%  
mínima 50%
máxima 90%
Efeitos da umidade:
Execessiva - favorece a proliferação de germens patogênicos. Pode provocar transtornos respiratórios, as vezes ocasiona micoses, problema de fertilidade e transtornos digestivos.
Muito perigosa se acompanhada de altas temperaturas, quando não pode evaporar o calor produzido.
Umidade baixa: cria um ambiente muito seco, podendo ser a origem de irritação das vias respiratórias altas.


VENTILAÇÃO:
Inverno - 0.2/0.3 m/seg
Verão - 0.3 / 0.4 m/seg
Efeitos da ventilação:
Em excesso - a velocidade excessiva, com correntes de ar forte, produz sequelas sobre o aparato respiratório.
Fraca - não permite a oxigenação dos animais, aumenta a concentração de gases tóxicos.


LUZ:
Duração por dia - reprodutores 15/16 horas  -  engorda 4/6 horas
Efeitos da iluminação:
Excessiva - pode ocasionar nervosismo nos animais, ou até desperdício quando utilizada muita luz artificial.
Luminosidade insuficiente - acarreta problemas reprodutivos em épocas de outono ou inverno (dificuldade de cobrição).



quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

COELHA - REPRODUÇÃO



Para que uma coelha reproduza é necessário que tenha atingido a puberdade e portanto alcance uma determinada idade.
A idade indicada para que a coelha entre em reprodução é quando tenha alcançado 80% do seu peso adulto, e isso se obtém a apartir dos 4 meses de idade.
Devemos distinguir entre puberdade (capacidade para reprodução) e madureza sexual (máxima capacidade de reproduzir) que se adquire a partir dos 7 ou 8 meses de idade, muitas vezes no 2º ou 3º parto.
Por outro lado a reprodução é uma função de "luxo", isto quer dizer que um coelho não vai se reproduzir ou não o fará com com toda a sua potencialidade se não tiver satisfeitas suas necessidades básicas de alimentação com um aporte energético e vitamínico adequado.
Se reproduzirá mal se não encontra condições favoráveis e adequadas como temperatura que não seja muito alta ou muito baixa,umidade, luz suficiente, etc.
A coelha tampouco terá uma função reprodutiva ótima se o seu estado geral não estiver em condições, sem parasitas, doenças como sarna,calos nas patas e outras.
As situações de stress, também alteram a reprodução.
Para que a reprodução se desenvolva com eficácia e sem contratempos é preciso que os animais estejam sadios, a presença de enfermidades ou doenças do tipo que sejam, ainda que de forma subclínica interferem na procriação.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O NINHO



O ninho deve ser amplo, fácil de limpar, desinfetar, manejar.
A temperatura adequada que o ambiente do ninho deve proprocionar para os láparos deve ser em torno de 30 a 35º centígrados.
O ninho pode ser feito com palha seca, feno,maravalha, materiais limpos que depois se misturam com os pelos que a coelha arranca para formar uma boa cama quente e macia para os filhotes.
Não devemos utilizar serragem para confeccionar o ninho devido ao pó que pode ocasionar problemas respiratórios aos coelhos.
O ninho deve ser colocado três dias antes do parto, permanecendo por 20 dias.
A coelha amamenta os láparos dando-lhes leite uma vez por dia, operação que dura de 3 a 5 minutos. Em algumas ocasiões a coelha pode deixar de amamentar o filhote porque está fora do ninho, por falta de cama no ninho ou devido a umidade excessiva e odores desagradáveis na cama.
Também por vezes observamos a ausência de leite na fêmea ou canibalismo.
O ninho deve ser retirado ao 21 dias após o parto. A demora em sua retirada pode ocasionar o desenvolvimento de problemas infeciosos.
Uma vez retirado o ninho, deve ser exposto ao sol por três dias, após desifectado e guardado em local seco e arejado.
O ninho tem efeito direto no desenvolvimento dos láparos no período de lactância, onde em muitos casos, registramos de 15 a 30% de mortalidade.
No ninho realizamos alguns procedimentos de manejo tais como: retirar os láparos mortos, trocar a cama quando necessário, realizar as adoções, controlar o desenvolvimento dos filhotes,etc.
Devemos construí-los e utilizá-los de acordo com a época, ninhos fechados para épocas de frio intenso e ninhos abertos para o verão.
O ninho fechado com tampa, apresenta a vantagem além de proteger os láparos em dias mais frios, evitar que a coelha, quando assustada pule diretamente dentro do ninho e caia sobre a ninhada ferindo ou matando algum filhote. 
Podemos também dividir o ninho em duas partes, utilizando um pedaço de madeira - 15cm, para que os filhotes não se espalhem e fiquem juntos no fundo, o que também auxilia na proteção dos mesmos contra qualquer salto inesperado da coelha para dentro do ninho.
Como os coelhos escolhem algum canto da gaiola para fazer suas necessidades devemos posicionar o ninho em lado oposto,pois a coelha continuará usar o mesmo local e poderá "sujar" o ninho, o que pode trazer problemas sanitários e de saúde aos filhotes. 
Os ninhos devem ser adequados a raça a ser criada (anã, pequena,média,gigante), devendo apresentar dimensões suficientes, para que ocorram os trabalhos de parto e amamentação dos filhotes de maneira confortável.


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

RESISTÊNCIA E SELEÇÃO


Com respeito a resistência as enfermidades podemos selecionar através da observação os animais que nunca ficam doentes. 
O mais importante é selecionar de forma natural os coelhos em nossa criação, em especial as coelhas mais resistentes que nunca apresentam problemas de saúde.
As que tem seguidamente problemas e dificuldades na criação não devem ser conservadas na criação para formação do plantel, pois os aspectos negativos podem ser hereditários e estariamos compromentendo a resistência do banco ganético de nossos animais.
Assim, como exemplo, podemos citar que a nossa coelha ideal tem em um dia qualquer uma ninhada padrão  de 9 láparos, todos grandes e uniformes; constrói um bom ninho e atende a todos os filhotes depois do parto. Todos estão seguros e nenhum está esparramado ou desprotegido fora do ninho.
O criador acaricia a coelha e pode revisar a ninhada sem estressar a mãe. Até a desmama a coelha não perdeu peso e se deixa cobrir novamente pelo macho. As boas criadeiras apresentam regularmente sinais de cio e se deixam cobrir imediatamente.
Os filhotes recém desmamados se adaptam novamente a nova gaiola e nãobrigam com seus novos companheiros.
Aos três meses os filhotes já alcançam uma média de 2,5/3 kg, (depedendo da raça), tendo alguns irmãos que ultrapassam esse peso, justamente esses coelhos que vamos separar e juntar com outros de similar características.
Aos 6 meses estes animais selecionados entram em cria. Porém somente serão mantidos aqueles animais que não tiveram dificuldades em seu desenvolvimento, que não tiveram nenhum problema sanitário,devendo ser sacrificados "seleção natural" aqueles que ficaram doentes e ficaram debilitados ou de dificil recuperação.
Ainda, devemos observar como se comportam as coelhas virgens com os machos. As boas que não apresentem nenhum problema na reprodução, as  ruins que não mantém um cio regular,que não ficaram prenhes na primeira vez ou abortaram a primeira ninhada, devemos  ter cuidado ao eliminá-las o fazendo somente de forma inequívoca, após constatado suas falhas para posterior descarte do plantel.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

PREVENÇÃO DOS PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS


Sendo a patologia respiratória um processo multifatorial, qualquer programa de prevenção e controle deve levar em conta os seguintes fatores:

1 - Condições ambientais - devemos revisar atentamente a ventilação, temperatura e humidade, tanto na fase de maternidade como na de engorda.
A má ventilação, a alta carga de amoníaco, correntes de ar, excesso de umidade, trocas bruscas de temperaturas e condições muito diferentes entre a maternidade e o engorde, são as principais causas que podem desencadear um processo de doença respiratória.
Se não for possível proporcionar as condições ambientais adequadas é muito difícil controlar os problemas respiratórios de forma eficaz e contínua.

2 - Melhorar as normas de manejo - devemos ter especial atenção aos ninhos, evitando a umidade nos mesmos, o que favorece a proliferação e o contágio por problemas respiratórios aos filhotes.
Podemos usar maravalha na confecção dos ninhos, o que evita a umidade e permite a utilização de produtos antissépticos para uma melhor higiene.

3 - Reduzir a carga microbiana - para isso devemos:

a) eliminar os animais infectados, o contágio se produz de forma direta, quanto menos animais eliminem germens na criação - crônicos e portadores - menos possibildiade de infestação tem os coelhos sadios.

b) desinfecção e limpeza, ao desifetar, eliminar antes o pó e pelo das gaiolas, o que é importante para reduzir as vias de transmissão das doenças. Devemos limpar sistematicamente e desinfetar a gaiola com o ninho, adequadamente após cada desmama.

c) tratamento com antibióticos - os tratamentos com antibioticos tem duas finalidades - deter o processo patológico que está ocasionando o problema de saúde e reduzir o número de gérmens e de animais portadores na criação. Os tratamentos indiscriminados podem produzir uma resistência dos microorganismos ao medicamento, o que acarretará o agravamento da doença.

d) reposição com animais sadios - muitas vezes é preciso substituir os animais enfermos por outros sadios. Para isso devemos eliminar qualquer coelho de reposição que apresente problemas respiratórios, porém se fizermos reposição com animais de outras criações devemos evitar animais que apresentem quaisquer sintomas de contaminação.

Com a aplicação conjunta e racional de todas estas medidas citadas, podemos ter o controle das doenças respiratórias e também das relacionadas (diarréias, falhas reprodutivas, etc); obtendo-se um considerável aumento da produção a curto prazo.


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

PARTO


O parto é a expulsão do feto do organismo materno, chegando ao término a fecundação.
Esta operação se efetua geralmente em poucos minutos e sem maiores contratempos.
Como a gestação em geral é multípara, os fetos saem uns atrás dos outros com intervalos variáveis, os últimos mais facilmente que os primeiros.
A medida que nascem os coelhinhos a coelha os lambe, seca e cobre com o pelo que arranca do ventre, nascidos todos abandona o ninho, voltando somente para amamentá-los.
No hora do parto a coelha deve estar tranquila e o local livre de barulhos e agitações, a curiosidade de alguns criadores em ver os filhotes (láparos) faz com que a coelha se assuste e por vezes mate alguns láparos.
As manchas de sangue que se oberva geralmente no piso das gaiolas, é um indício de que a coelha tenha dado cria, se abrirmos o ninho observamos uma bola de pelo que protege os filhotes recém nascidos.
Pode ocorrer que uma coelha, decorridos de dois a três dias de haver dado cria, volte a parir outros filhotes. Acontece quando levamos a coelha ao macho novamente após alguns dias, por considerarmos que ela não tenha sido fecundada.
Fenômeno, que se conhece por super fecundação, quando a fêmea é levada ao macho com um ou vários dias de intervalo e se produz fecundações uma em cada útero.
No sistema de criação em gaiolas em que os coelhos permacem fechados e controlados é mais raro de acontecer, sendo mais comum em criações com animais em liberdade.
A super fecundação não traz nenhuma consequencia grave, mas produz um maior esgotamento físico da coelha, dificultando o desenvolvimento normal dos filhotes.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

COELHOS: MANEJO HIGIÊNICO/SANITÁRIO


Nos modelos de cunicultura comercial e mesmo nas criações mais modestas, devemos trabalhar com o conceito de medicina da produção, cujo objetivo é manter a saúde dos animais, com bons resultados produtivos e econômicos.
Bioseguridade: é o conjunto de medidas, controles e barreiras que intervêem na prevenção de enfermidades.
Bioseguridade interna: medidas que evitam a propagação e a difusão de agentes patógenos dentro de uma granja.
Bioseguridade externa: medidas de bioseguridade desenvolvidas a prevenir a entrada de novas enfermidades.
A bioseguridade é um conceito que compreende:
* Isolamento do criatório.
* Controle da introdução de outros animais na criação.
* Aplicação de um plano sanitário preventivo.
* Controle de pragas (ratos e insetos).
* Medidas de higiene.
Atividades higiênico sanitárias preventivas:
Desinfecção: constitue um dos principais pilares em que se embasa a bioseguridade. A desinfecção comprende:
A desinfecção final: é aquela que se realiza a cada final de um ciclo produtivo, quando os animais se destinam ao abate.
Limpeza a seco: para eliminar restos de matéria orgânica.
Limpeza e saneamento: lava-se com água e detergente.
Desifecção: aplicação de doses de desifetante.
Desifecção contínua: se realiza como proteção dos animais que se encontram na criação: pedilúvios, isolamento de animais doentes e higienização de gaiolas e ninhos.
As criações que utilizam um correto plano de desinfecção, alcançam um melhor estado sanitário.
Erros comuns da desinfecção:
* O desinfetante não é de largo espectro.
* A solução desifetante é diluida em excesso.
* A impregnação da solução por metro quadrado é insuficiente.
* Má limpeza prévia da superficie a tratar.
* Realizar mescla de diferentes desinfetantes.
* Limpeza das gaiolas: cada vez que se desocupe uma gaiola por troca ou principalmente morte de um animal, a mesma deve ser lavada e desifetada.
* Usar a vassoura de fogo (lança chamas) nas gaiolas de arame a fim de eliminar-se: pelos, ácaros e materiais que possam desenvolver doenças.
* Lavar as gaiolas, comedouros,bebedouros, eliminando restos de materia fecal, de alimentos, e outros com uso de algum tipo de desinfetante.
É importante a limpeza prévia dos materiais para que os desifetantes possam agir de maneira mais eficaz, não tendo diminuida sua eficiência pela presença de algum tipo de matéria orgância.
* Pintar com cal periódicamente as instalações.
* Retirar periódicamente os dejetos do criatório evitando que fique amontoado dentro do mesmo. Controlar o sistema de efluentes.
* Combater exaustivamente as moscas e ratos uma vez que estes sujam e contaminam os comedouros. Além do que os ratos transmiten enfermidades, se introduzem nos ninhos, matam os filhotes e assustam as coelhas podendo provocar inclusive casos de canibalismo.
* Eliminação de vazamentos e poças de água para evitar a proliferação de moscas e mosquitos.
* Moscas e mosquitos podem atuar como transmissores de enfermidades infectocontagiosas como a Mixomatosis, para a qual praticamente não existe tratamento. Para controlar moscas e mosquitos se deve pulverizar com produtos a base de Piretroide, dentro, debaixo das gaiolas e em toda a área do galpão.
* Retirar o esterco.
* Retirar os animais mortos.
* Todo animal que apresente sinais de enfermidade será isolado e medicado.
* Incinerar e/ou enterrar coberto com cal os animais mortos.
* Os coelhos novos, que sejam adquiridos de outras criações devem ser isolados e mantidos em observação, devendo ser desparasitados.
* Manter limpos e em boas condições, os depósitos de alimentos.
* Limpar e desinfetar periódicamente as instalações para água e bebedouros.
* Restringir a entrada de visitas na criação.