COELHOS - FATORES DA PRODUÇÃO

As raças mais recomendadas para criação comercial e produção de carne são a Nova Zelândia (branca) e a Califórnia, devendo-se selecionar os animais com base no peso dos reprodutores, crescimento e a conversão de alimento em carne.

A fêmea deve ter 8 mamas.
É conveniente dispor de um macho para cada fêmea (10%).
Os ciclos do cio são mais estáveis e fecundos durante a primavera e outono, e se manifestam a cada 14 dias aproximadamente; detecta-se pelo intumescimento e coloração da vulva (roxa), quando devemos levar a coelha para a gaiola do macho, o transporte deve ser feito pegando-se a coelha pela pele do dorso por de trás das orelhas, (nunca sujeitando-a pelas orelhas).
Com um único salto é suficiente para a coelha ficar prenhe e a gestação dura entre 29 e 30 dias.
Três dias antes do parto devemos colocar na gaiola da coelha o ninho com material (palha seca, maravalha, etc) para que a coelha tenha seus filhotes em boas condições de higiene e com temperatura adequada para os recém-nascidos.
É conveniente revisar o ninho 24 horas após o parto, para contar a quantidade de crias, retirar as mortas e pesar a ninhada para controlar o seu crescimento.

É importante observar se a coelha está em condições de ser coberta novamente após 48 horas do parto (criações comerciais/industriais).

O peso dos filhotes ao desmame não devem ser menor que 350 gramas, porém os pesos variam de acordo com a quantidade de crias da ninhada.

As gaiolas devem ser de arame, que são mais modernas e devem ser instaladas em um galpão ou estarem cobertas, protegidas contra sol intenso ou chuvas. Devem ter bebedouros que podem ser automáticos, ou cumbucas de barro, além dos comedouros apropriados.

Os ninhos podem estar dentro ou fora da gaiola. Ninhos internos devem medir 40 cm de comprimento por 20 de largura e 20 cm de altura e feitos de madeira.. O ninho externo deve medir 45 centímetros de comprimento e 30 cm de largura e 25 cm de altura com tampa; devendo ser  pendurado fora da gaiola e conectado através de um orifício para a entrada.

A higiene é essencial, além de uma boa alimentação, sendo os pilares  da saúde do criatório. Coccidia  e sarna  são as doenças mais comuns. Muitas vezes na ração podemos incorporar o coccidiostático, mas não faria mal  fazer um composto  de sulfa na água potável a cada 20 dias para controlar o problema. A escabiose é controlada com Ivermectin (0,02 cm ³ x kg de peso corporal) a cada 120 dias para resolver a parasitose do plantel. 

FATORES DE VARIAÇÃO DO CRESCIMENTO DOS FILHOTES ANTES DA DESMAMA

Os coelhos recém nascidos dependem somente do leite  materno para a sua alimentação e das condições de ambiente proporcionadas pelo ninho. 

Os filhotes começam a sair do ninho aos 14-15 dias e iniciam sua nutrição sólida ao redor dos 18-20 dias de vida.

Neste momento a produção leiteira da coelha decresce, situação que será mais rápida quanto mais curto for o intervalo do parto e a nova cobrição.

Se a coelha não resultar gestante e só se mantêm lactante, a produção láctea diminui progressiva e lentamente.

A influência da coelha no  crescimento dos filhotes, está em grande parte condicionada a sua produção leiteira.

Existem diferenças segundo a raça, intervalo entre parto e cobrição. 

Também influi a persistência da lactação. As coelhas nulíparas tendem a produzir menos leite que as multíparas.

Influenciam ainda:

- O tamanho da ninhada: a produção de leite aumenta de acordo com o número de filhotes, porém há um menor consumo individual, o que por vezes influi no desenvolvimento.

O crescimento dos filhotes até os 20 dias depende da quantidade de leite ingerida.

Os filhotes que ao nascer são maiores  serão também os mais fortes e terão um melhor desenvolvimento.

- Outros fatores: relacionados com o manejo e a genética.

A alimentação, condições ambientais e o estado sanitário determinam um bom desenvolvimento, Porém sem dúvida a melhora genética dos animais transmite características fixas de velocidade de crescimento diário.

PLANTEL

Na criação de coelhos o plantel reprodutor é a base fundamental que orienta a criação, pelo que deve ter muito cuidado o criador ao fazer a seleção.dos seus animais.

O coelho possui uma alta capacidade de se reproduzir.

Sendo assim, por cada quilo produzido por uma coelha reprodutora, são produzidos 40 quilos de carne ao ano.

Os animais destinados a reprodução devem atender ao tipo ideal (padrão) da raça, ainda serem sadios, fortes e vigorosos procedentes de linhas estabilizadas e oriundos de pais de qualidade (genética de qualidade).

Os animas devem cruzar quando atingirem a maturidade sexual e o peso determinado por sua raça.

Para as raças nova zelândia e califórnia se recomenda o acasalamento na idade de 5 meses.

Nas raças gigantes, a primeira cobrição deve ser entre 6 a 10 meses de idade.

Características do Plantel Reprodutor:

Nas raças que se deseja explorar os animais devem reunir as características que leve a produção rentável, suas condições são:

a) Rusticidade - é a resistência dos coelhos para contrair enfermidades e é dada pelo bom estado de saúde dos animais, que se obtém com adequadas condições de higiene e boa alimentação;

b) Fertilidade - é a capacidade das fêmeas resultarem prenhes;

c) Fecundidade e Prolificidade - é a capacidade das coelhas em parir elevado número de filhotes em cada parto;

d) Precocidade - se refere ao crescimento rápido dos coelhos jovens e de ter a os animais a capacidade de atingir o máximo no menor tempo possível.

  

e) Conversão - é a relação entre consumo de alimento e o aumento do peso que a ingestão de alimentos produz nos coelhos.

A conversão é maior quando menos alimento o animal necessita para produzir o aumento de 1kg de peso vivo.
Na escolha dos reprodutores devemos levar em conta dois aspectos fundamentais, o fenótipo e o genótipo.

f) Fenótipo - é o aspecto exterior do animal: tamanho, cor, formação corporal dos coelhos que deve aproximar-se ao tipo ideal da raça.

g) Genótipo - é o aspecto genético ou seja o conhecimento de seus antecedentes a genealogia do coelho que deve ser sempre de acordo com os padrões raciais.
O fator externo do coelho pode nos dar uma idéia de que possa ser um bom reprodutor ou uma boa matriz. Porém o fundamental é a parte interna o genótipo, uma vez que as características hereditárias são muito importantes para uma criação produtiva.
As fêmeas selecionadas devem ter uma boa conformação corporal de acordo com as características da raça. Devem ser robustas com o terço posterior bem desenvolvido, serem dóceis e tranquilas.
O rendimento exigível deve ir de 4 a 5 parições por ano com média de 8 filhotes por parto, com desmame aos 40 dias, não apresentando mortalidade maior de 5% e com peso médio para os filhotes (nova zelândia e califórnia), não  menor que 1kg.
As ninhadas produzidas por cada coelha devem ser uniformes - com limites entre 6 e 9 filhotes - bem desenvolvidos o que nos mostra a capacidade da coelha criadeira.

O MACHO REPRODUTOR

Os machos iniciam sua função reprodutora ao redor dos 5-6 meses, quando atingem 80% do peso adulto.

Em linhas gerais o volume espermático pode oscilar entre 0,3 e 1 ml, com uma concentração de espermatozóides  entre 200 e 1000x10(6).

Esta quantidade e qualidade seminal depende de uma série de fatores uns relacionados diretamente com o animal - fatores intrínsicos - e outros relacionados com o manejo e o meio ambiente - fatores extrínsicos.

- Fatores intrinsícos - depende do animal:

a) Idade: em condições normais de quantidade e concentração espermática se incrementa dos 5 aos 10 meses mantendo-se constante de 2 a 3 anos.

b) Variações individuais: encontraram-se diferenças significativas entre indivíduos, para todos os parâmetros que determinam a produção e qualidade seminal.

c) Raças: diversos autores tem encontrado variações entre as raças.

- Fatores extrínsicos - depende do ambiente e do manejo,

a) Ritmo de utilização do macho: foi observado que a partir da terceira ejaculação consecutiva o volume e a concentração de espermatozoides diminui significativamente; assim recomenda-se duas ejaculações (montas) por dia com intervalo de 15 minutos, uma ou duas vezes por semana.

    A segunda ejaculação tem um menor volume, porém com uma concentração superior.

b) Fotoperiodismo (Luz): 16 horas de luz/dia, favorece a qualidade e concentração de esperma.

c) Temperatura: o coelho é muito sensível ao calor, sofrendo uma diminuição da concentração de espermatozóides quando é submetido a temperaturas superiores aos 27/29º C. Por outro lado é necessário saber que o coelho é um animal com grande capacidade de adaptação e aclimatação, de tal modo que essa diminuição da concentração espermática tende a normalizar e decorridas 4/6 semanas de exposição a altas temperaturas.
Por esta razão nos meses de verão se constata uma diminuição temporária da capacidade reprodutiva dos machos, sendo conveniente manter um rígido controle da temperatura no galpão, assim  como diminuir o ritmo de utilização dos machos e fornecer aos animais suplemento vitamínico (zinco,vitamina E) para amenizar a perda da qualidade seminal.

PROBLEMAS SANITÁRIOS EM UMA CRIAÇÃO DE COELHOS

Devemos levar em conta as características dos coelhos a fim de implantarmos uma boa e indispensável política sanitária preventiva. Que implica em por em prática programas de vazio sanitário, limpezas periódicas, desinfecção, etc; os níveis de higiene das instalações e a qualidade sanitária dos alimentos devem ser corretos.
Além do que não podemos esquecer da importância das condições ambientais, como a relação entre temperatura, humidade e a quantidade de gases que podem emanar do ambiente da criação.
Em um plano sanitário da criação, destaca-se o controle de roedores e insetos, que são transmissores de muitas doenças, sempre que necessário (ao introduzirmos novos animais na criação) devemos utilizar a "quarentena", devendo-se ainda, tratar as doenças, bem como ter local apropriado para o descarte dos animais mortos.
O criatório (galpão/instalações) deve ser fechado e protegido contra a entrada de cães, gatos e outros animais , além de garantir o controle da entrada de pessoas.
As doenças podem afetar os coelhos desde a fase de embrião até a idade adulta.
Existem doenças com processos específicos, como a estafilococia dos láparos (quando ainda mamam) e outras como as colibacilosis, mais graves e que atingem animais de qualquer idade.
Algumas enfermidades afetam as fêmeas reprodutoras, que contagiam os filhotes, causando diminuição da produção, mortes, etc.
Devendo isto, a problemas sanitários devido as condições de temperatura, humidade relativa e velocidade do ar dentro das instalações.
No que diz respeito a doenças digestivas, são de particular importância, pois diminuem a produção e aumentam a mortalidade. Os fatores de risco mais frequentes estão relacionados com as instalações, variações de temperatura, contaminação da água, qualidade da ração, o strees provocado pelo manejo e higiene dos animais.