COELHOS - AGRESSIVIDADE

O comportamento do coelho é diferente de cães e gatos uma vez que é um animal considerado presa.

Apenas manifestam comportamento de satisfação ao ver alguma coisa familiar, dor e medo.

O olfato é o seu sentido mais aguçado, podendo distinguir entre humanos familiares e desconhecidos e entre homens e mulheres.

Os filhotes saem do ninho ao redor dos 15 dias de vida e são desmamados com 4 a 5 semanas, porém só começam a ser manipulados com 6 a 8 semanas de idade (período de venda ou transferência para outro criador e mesmo por necessidade em seu próprio criatório.

Assim sendo, não é comum mas pode acontecer de o nosso coelho apresentar sinais de agressividade, e temos que entender o porquê dessa conduta.

O que pode ocorrer devido a diversas causas:

Coelhos que tem pouco contato com pessoas, recebendo pouca atenção e por vezes maus tratos; podem chegar a morder (quando criados soltos) a altura dos pés dando voltas ao nosso redor.

Isto muitas vezes se deve ao comportamento sexual, o animal se sente frustrado sexualmente e "tenta praticá-lo" conosco. 

Inicialmente pode ser engraçado, mas frequentemente pode se transformar em um incomodo; a castração pode ser a solução.
Se o coelho demonstra desvio de comportamento quando está sendo criado em gaiola, não permitindo que coloquemos a mão dentro, apresentando certa agressividade (mordidas e arranhões), isto se deve a um comportamento territorial. O coelho considera a gaiola como seu território e não permite a entrada nele. Devemos respeitá-lo, e tentar corrigir este desvio através de exercícios; pressionando ligeiramente a sua cabeça para junto do piso da gaiola, que pode ser interpretado como um ato dominante pelo coelho diminuindo sua agressividade.
Os coelhos possuem uma excelente visão de longa distância, porém de curta distância ela é limitada e muitas vezes a mão de uma pessoa pode parecer ao animal um sinal de agressão ou ameaça quando muito perto de sua cabeça e ele por vezes tentará se defender mordendo ou arranhar por estar assustado. Assim sempre, que for necessário o manuseio do coelho dentro da gaiola ou tendo que retirá-lo, devemos ter calma e cuidado com o animal afim de não assustá-lo.

REGISTROS

Os registros dos reprodutores, nascimentos, desmamas e outros dados de importância para o cunicultor é a base fundamental para o melhoramento genético da criação. 

Quando não há registros, ocorrem acasalamentos desapercebidos e descontrolados, que causam prejuízos para a criação e muitas vezes deixam uma prole defeituosa para a reprodução futura.

Primeiro, todos os animais são identificados com um número individual, a numeração dos coelhos é separada por machos e fêmeas, por raça e idade.
São anotadas no dia do nascimento, o numero dos pais, o número de filhos, número de animais desmamados individuais e distinção de coelhos machos e fêmeas. O peso da leitegada ao desmame que  é muito importante e deve ser controlado.

Deve-se ainda, anotar:

Os registros dos reprodutores, nascimentos, reprodução, desmamas e outras estatísticas, são a base fundamental para o melhoramento genético. Os quais quando passam desapercebidos causam perdas no criatório, principalmente no que diz respeito a descendência de alguns animais que podem nascer doentes ou defeituosos, impedindo que sejam utilizados como reprodutores.

Em planilhas de controle se identificam todos os reprodutores com um numero individual de registro de reprodutor e se separam machos e fêmeas por raça e ordem de idade dos animais.

No registro de reprodução se anotam os cruzamentos, nascimento, numero dos pais, a quantidade de filhotes que nascem vivos e mortos e os desmamados.

Se registram os cruzamentos inférteis com as possíveis causas em um espaço reservado as observações.
Na planilha de desmama é registrado o dia do parto,os pais, o número da ninhada, quantidade de animais desmamados com seu numero individual e distinção de machos e fêmeas. É muito importante o peso da ninhada ao desmame e observar que uma boa criadeira é a que ao final do ano tenha desmamado um maior número de filhotes.

Assim registram-se  dados:
-  de reprodução
-  de cruzamento
-  de parto
-  nº de filhotes que nascem vivos e mortos
-  nº de filhotes desmamados
-  peso da ninhada ao desmame
-  ficha de reprodutores
-  índice de fertilidade de machos e fêmeas
-  nº de ninhadas por coelha por ano
-  filhotes que são desmamados por coelha/ano
-  total de peso vivo por coelha desmamada/ano

É indispensável anotar na ficha da coelha, nos dados de cobrição e a identidade do macho. Este ultimo dado pode permitir eliminar rapidamente aqueles machos ardentes porém inférteis. A presença de alguns machos inférteis pode determinar uma baixa fertilidade na criação, o que pode por em perigo o desenvolvimento total do criatório.
A partir dos registros se descobre a real produtividade dos coelhos; assim ao final do ano podemos fazer um balanço total da criação e avaliar a a continuidade ou dos métodos adotados.

CUIDADO COM OS LÁPAROS

Os filhotes recém nascidos podem apresentar algumas características muito peculiares por falta de alimento ou frio, apresentando-se agitados com movimentos frequentes e fortes grunhidos.

Devemos prestar muita atenção a isso para evitar possíveis perdas ou sofrimentos aos láparos com influência em seu crescimento.
Com respeito ao canibalismo, este acontece comumente a noite e pode ter causa já na gestação por falta de alimentação adequada fornecida a coelha.
Falta de alimentação verde (vitamina A), e proteínas.
Por isso é conveniente dar as coelhas em gestação uma ração rica em vitaminas e proteínas antes dos 8 a 10 dias do parto.
Em ninhadas grandes encontramos crias que não podem alimentar-se por que seus pares mais espertos tomam todo o leite materno, desenvolvendo-se estes de forma normal e os outros não chegando a um desenvolvimento adequado.
Convém sacrificar estes láparos com pouco desenvolvimento e quando não existam condições para uma outra coelha adotá-los, por que estão predispostos a desenvolver alguma enfermidade.
Convém lembrar também que a coelha pode morrer durante a lactação. Neste caso podemos agregar os filhotes a outras ninhadas se tiverem poucos dias de vida e tendo o cuidado de esfregar os filhotes nos pelos que compõe o ninho para que adquiram o odor do novo ninho.
Para o bem estar dos filhotes devemos manter uma boa circulação de ar, porém evitando-se a correntes de ar e ventos fortes.
Nas épocas frias devemos ter ninhos protegidos e devemos colocar bastante palha para a coelha possa com a ajuda dos pelos que retira construir um ninho seco e quente.

ESTÍMULOS PARA A ACEITAÇÃO DO MACHO

Com relação à aceitação do macho pela coelha, a receptividade se pode realizar ou induzir de várias maneiras, dentre elas citamos:

* Iluminação (aumento das horas de luz).
* Alimentação (ração correta e balanceada).
* Hormonal (aplicação de hormônios).
* Coletividade (agrupar coelhas em uma mesma gaiola).
* Macho jovem (ao lado da gaiola da fêmea).
* Bioestímulo ( interromper por 48 horas a lactação).
* Troca de gaiola (fator estressante).

A cobertura das coelhas pode ser realizada por monta natural assistida, levando a fêmea na gaiola do macho observando-se o salto. Após a realização da monta retiramos a coelha, separando-a do coelho.
Observamos que um macho pode realizar três saltos viáveis em três fêmeas em um mesmo dia, porém precedidos pelos quatro dias anteriores de descanso, ou dois saltos com três dias de inatividade.

MANEJOS DOS FILHOTES

Ao nascer os filhotes são incapazes de manter por sí mesmos a temperatura necessária para o bom funcionamento de seus organismos.

Durante os primeiros dias de vida a temperatura no ninho deve oscilar entre 30º e 35º C, temperatura que contribui para o bom estado do ninho, para que este cumpra seu papel de proteção da ninhada.

O ninho é um acessório indispensável. A cama deve estar sempre limpa e se necessário deve ser renovada.

O ninho deve ser retirado ao 20 - 21 dias, um pouco antes da desmama. O ninho deve ser vistoriado todos os dias, retirando-se algum animal morto e revisando-se as condições de acomodação da ninhada.

Com relação a mortalidade durante a lactação, as causas são numerosas e podem ser decorrente de erros de exploração atribuindo-se ao criador a responsabilidade por algumas destas mortes.

O abandono da ninhada pela coelha durante a lactação pode ser atribuida a  coelha ( falta de leite, calos nas patas, etc), porém pode ser também devido a falta de água e em muitos casos por trocas bruscas de temperatura), todos estes fatores devem ser levados em conta.

O controle da mortalidade desde o nascimento até a desmama depende de que o cunicultor tenha realizado uma contagem ou um controle dos filhotes no dia do parto. Um índice de mortalidade de 12 a 18% durante este período, pode ser considerado normal, se esta porcentagem corresponder a um longo período ( um ano por exemplo).
Infelizmente não é raro registrar índices de mortalidade de 25 a 30% ou mais.
Segundo pesquisas os filhotes pequenos de uma ninhada são mais débeis e menos resistentes. As ninhadas maiores, mais numerosas apresentam também uma mortalidade maior, daí a necessidade de utilizar a prática da adoção a partir de 12 filhotes por ninhada, ou seja a transferência de filhotes de uma coelha com elevado numero de filhotes para outra com menos.
O índice mais baixo de mortalidade se observa em ninhadas de 7 a 10 filhotes.

MANEJO E RESTRIÇÃO

Diferente de outros mamíferos pequenos, o coelho tem uma porção significativa de seu peso distribuído no lado traseiro de seu corpo. Os músculos pesados para correr se encontram localizados  na parte baixa das pernas traseiras.

Os coelhos tem um esqueleto leve e delicado, por isso são propensos a fraturas em suas vértebras

Assim o manejo adequado e o alojamento são muito importantes.

A melhor forma de transportar os coelhos por longas distâncias é colocá-los em uma caixa escura, em pequenas distâncias podemos até levá-los nas mãos ou em simples caixas.

Agarre o coelho pelo pescoço, é muito importante segurar as nádegas com a mão livre. Uma patada do coelho seguro pelo pescoço sem suporte na sua nádega é suficiente para fraturar a espinha. Cobrindo a cabeça com um pano tranquiliza o coelho para não fazer força durente o transporte.

As orelhas dos coelhos parecem ser boas para segurar o animal, mas é um erro estas são muito delicadas e sensíveis e nunca devem ser usadas para segurar ou erguer o coelho.

Quando sujeitamos o coelho em cima de uma mesa para ser examinado é melhor deixá-lo em sua posição natural e rodeá-lo com os braços.

Cobrindo os olhos do coelho frequentemente  ajuda  que ele relaxe.

Um método que se usa para "hipnotizá-los" consiste em colocá-los de costas. A cabeça se acomoda em uma posição curvada com o queixo apoiado no colo. As pernas traseiras se firmam com a outra mão e o corpo fica estirado firmemente.

Depois de sujeitar o coelho nesta posição,por um ou dois minutos se solta as pernas traseiras e suavemente se esfrega o abdômen até o final de suas pernas.

Isto se usa para realizar procedimentos simples e aplicação de injeções. Os ruídos fortes podem despertar o coelho deste estado de sonolência. Também soltando a cabeça da posição curvada o coelho despertará imediatamente.

SINTOMAS DE CALOR NOS COELHOS

O calor pode ser muito perigoso para os coelhos, pois são mais suscetíveis a temperaturas altas que outros animais.

Sintomas de golpe de calor nos coelhos:

• vermelhidão das orelhas 
• ofegante 
• letargia 
• salivação 
• fraqueza / lentidão
• confusão 
• convulsões

Quando o coelho apresentar algum destes sintomas devemos umedecer suas orelhas, mas, nunca o coloque  em um tanque de água fria ou dar banho frio.

Para ajudar a prevenir golpes de calor nos coelhos, existem inúmeras maneiras de mantê-lo em uma temperatura agradável:

- Proporcionar um local fora da luz solar direta, um sombreamento no criatório também pode fazer diferença na temperatura;

- Colocar uma pedra de cerâmica ou azulejo proporciona uma sensação de frescor quando o coelho se deita sobra ela;

-  Utilização de ventiladores auxiliam na redução do calor nos galpões ou na criação, porém nunca devemos utilizá-lo diretamente sobre o animal;
-  Congelar garrafas de água e colocá-las próximas aos coelhos, (ex:sobre a gaiola ou ao lado) ajuda na diminuição da sensação de calor;
-  Água, proporcionar ao coelho muita água, e se houver condições colocar uma pedra de gelo no bebedouro (cumbuca);
-  Nebulizar as orelhas dos coelhos com água, ajuda a regular a temperatura, mas nunca molhe completamente as orelhas;
-  Dar aos coelhos muita verduras, forragens verdes ajudam a mantê-los hidratados;
-  Colocar uma toalha ou pano úmido sobre as gaiolas também ajuda para a redução do calor.