quinta-feira, 13 de outubro de 2011

CONSANGUINIDADE


A utilização da consanguinidade em criações de coelhos é uma das formas em que se pode realizar melhoramentos genéticos; consistindo em fazer cruzamentos entre animais parentes a fim de fixar certas características de interesse.
Um exemplo é a história do desenvolviemento da raça Rex. Os coelhos de pelo curto surgiram em 1919, na casa de um criador frances chamado Désiré Caillon, em uma ninhada de uma coelha de raça para carne. O religioso Amédé Gillet separou uma ninhada destes coelhos e os criou durante 5 anos, dizem que durante este tempo apareceram inúmera anomalias morfológicas, fisiologicas e sanitárias, devido a endogamia intensa. Após este período em 1923 foi apresentada a primeira pele de Castorrex e em 1924 aparecem pela primeira vez animais desta nova raça. Desde então houve uma criação generalizada de coelhos Rex, surgindo novas cores.
É imprescindível evitar a consaguinidade quando se deseja aproveitar os animais nascidos na própria criação, para futuros reprodutores, realizando um perfeito controle para que os machos não sejam parentes das fêmeas reprodutoras. Como exemplo podemos identificar o macho com letras: A,B,C, etc. Se a criação tiver mais de dez machos e entre eles existir alguma relação de parentesco, podemos destinar uma mesma letra para os parentes.
Assim, se tivermos três machos de mesma procedência, vamos marcá-los A1, A2 e A3, se dispomos de outros machos irmãos serão B1, B2,... e assim sucessivamente com o restante dos coelhos.
A letra indica a "línha". Das fêmeas que foram cobertas por coelhos A, podemos reservar filhas para futuras reprodutoras, as quais nunca poderão ser cobertas por machos A.
Por regra é mais perigoso a cruza entre irmãos da mesma ninhada. Um erro comum é comprar um "casal jovem" que muitas vezes são irmãos da mesma ninhada, assim desde o início o criador começa a "enfraquecer" o sangue dos coelhos produzidos. É claro, o cruzamento destes dois irmãos não irá destacar os defeitos na primeira geração, seus filhos não vão ser distinguidos do resto dos animais, porém terão alguma carga endogamica. E, se esses novos animais forem cruzados com outros animais consaguíneos de novo logo os defeitos começarão a surgir.
Não é tão grave ou prejudicial a cruza entre pai e filha, uma vez que os descentes terão somente 50% do sangue paterno, o mesmo ocorrendo nas cruzas entre mães e filhos.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

DESMAME TARDIO REDUZ A MORTALIDADE

Através de observações feitas podemos afirmar que, com relação a desmama realizada aos 35 dias ao invés dos 28, esta semana a mais, aumenta consideravelmente o peso da ninhada por ocasião da separação dos filhotes da coelha.

Assim, levando-se em conta de que se trata de um momento de considerável ganho de peso - em uma semana os filhotes adquirem tanto peso como nas semanas anteriores.
Temos observado também que quanto mais pesam os coelhinhos, melhor suportam a fase de desmama, especialmente aos 35 dias, que é quando os filhotes estão melhor preparados para a troca de alimentação.

- Na idade de 21 dias, a ração não é mais de 20 a 30% do consumo total de matéria seca.
- Aos 28 dias a ração é 75% do alimento seco consumido, sendo que o leite materno é responsável por 25% dos nutrientes. E neste período os animais podem sofrer com flutuações de consumo, havendo possibilidade de surgirem problemas digestivos e mortalidade.
- Aos 35 dias, ao contrário, a ração representa 90% do consumo e a supressão do leite materno representa um pequeno incidente, sem influência na alimentação dos filhotes.

Do ponto de vista qualitativo o choque provocado pela desmama aos 28 dias é evidente pois o conteúdo seco do leite materno é muito rico em proteínas e os elementos nutritivos do leite não podem ser substituidos imediatamente pela ração. Tendo-se por exemplo o amido, observamos que para absorvê-lo, o coelho precisa transformá-lo em açúcar, necessitando a ação da amilasa, enzima segregada pelo organismo que vai sendo produzida pouco a pouco, o que torna os filhotes incapazes de digerí-la aos 28 dias.
Através de estudos comparativos constatou-se que a mortalidade na desmama pode cair de até 20% aos 25 dias, para 6% no desmame realizado aos 35 dias.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ALTERAÇÕES DA COBRIÇÃO

Muitas vezes a coelha, por estress ou por contato com outra coelha ou macho, desencadeia uma ovulação, mas não está fecundada, desenvolvendo um comportamento como se estivesse gestante (pseudogestação).

Durante este período a coelha recusa uma nova cobertura e aos 14-20 dias começa a preparar o ninho.
Decorrido este período, podemos proceder uma nova cobertura, realizando um novo acasalamento.

Muitas vezes a falta de cio se deve:
- a reprodutores demasiadamente velhos ou jovens demais;
- animais com deficiências nutricionais ou muito gordos;
- animais com alterações sanitárias;
- pseudogestação;
- alterações ambientais;

Se persistir o problema com as fêmeas não entrando normalmente em cio e não sendo constatadas nehuma das condições já citadas, podemos:
- realizar a troca de gaiola;
- utilizar a iluminação artificial adequada para a época;
- troca de horário das cobrições;
- substituição do macho;
- colocar várias fêmeas em uma mesma gaiola com um macho estéril, durante alguns dias e após levá-la a um macho fértil;
- podemos também influenciar positivamente na manifestação do cio através da alimentação com uma ração rica em energia e proteínas, durante uma semana;
- se um animal esta muito gordo, podemos racionar a alimentação em 80-100gr/dia, durante uma semana e seis dias antes da cobrição, alimentar a vontade;
- podemos ainda recorrer a administração de hormônios indutores do cio;

Em criações mais tecnificadas se realiza a indução sistemática do cio com produtos específicos.


segunda-feira, 2 de maio de 2011

COELHOS ESPORTIVOS

Coelhos, já podem ser criados para atividades esportivas, desenvolvido na Suécia no início dos anos 80, este esporte consiste em fazer com que os animais utilizando seus atributos naturais saltem sobre obstáculos, como o fazem cães e cavalos em provas de agiliti e hipismo.
Chamados de coelhos "ninja" os saltadores ultrapassem obstáculos de alturas variadas - o record mundial de pulo por coelhos é de 99,5cm.
Esporte que está se desenvolvendo na Europa, em especial na Alemanha, possui clubes especializados também no Canadá, EUA e Japão. Suas regras levam em conta basicamente o número de obstáculos e altura que o coelho consegue saltar, bem como o tempo que o animal leva para concluir o percurso.


Bunny Jumping Show por esquisitices no Videolog.tv.

sábado, 23 de abril de 2011

MORTE DE FILHOTES AINDA NO NINHO - MORTE PERINATAL


São várias causas que podem motivar a morte de láparos no ninho, com menos de dez dias de vida.
A maioria são devidos a problemas com as fêmeas que, através da lactação, trasmitem as doenças a seus filhotes. Um deles podemos relacionar com os processos entéricos (diarréia) de origem bacteriana, quando os láparos morrem sujos e apresentando um odor penetrante.
Devido a isso, devemos sempre revisar o ninho para ver se não está molhado, quando morrem os filhotes por infecção, o que é comum em ninhos com pouca higiene.
Existem criadores que pulverizam a ninhada com agentes antibacterianos sintéticos, porém esta prática não soluciona o problema em sua base. O que se consegue é apenas maquiar o problema, evitando as mortes, porém a causa persiste através das coelhas.
A solução efetiva consiste em tratar as reprodutoras para reduzir a concentração de "clostridium" em seu aparelho digestivo.
Outras causas de mortalidade são devidas a mamites ou mastites. As fêmeas potencialmente doentes, não enfermas necessariamente, portadoras de múltiplos agentes infecciosos que se enquadram na "síndrome respiratória" poderiam manifestar uma mamite parcial ou geral em suas tetas, uma falta de leite por lesão, ou inanição, alimentação, ou stress, mal ou calos nas patas, o que influi de sobremaneira na saúde e sobrevivência dos láparos.
Podemos, ainda, citar outros fatores de certa relevância, a alimentação da coelha está contaminada e provoca a morte dos filhotes. Ainda, em coelhas de primeira cria, que não preparam adequadamente o ninho e não tendo proteção ao frio os láparos morrem.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

COELHOS - ATENÇÃO COM OS SINAIS DE DOENÇA


Um dos principais problemas dos cunicultores são as enfermidades, e é uma das funções do criador conhecer seus animais, identificar as fases do coelho sadio ao coelho doente.
O coelho em boas condições de saúde, apresenta os olhos vivos, é agil e com pelo brilhante.
Um coelho doente apresenta olhos opacos sem vida, isola-se imóvel em um canto da gaiola com o pelo eriçado e sem brilho.
A temperatura normal do coelho é de 35,5º- 39º C, temperaturas superiores nos indica que o animal apresenta alterações infecciosas.
As orelhas também podem nos indicar alterações de temperatura nos coelhos.
A respiração do coelho é de 100 vezes por minuto, quando doente pode variar de 120-140 por minuto.
O coelho pratica a coprofagia, apresentando dois tipos de excrementos - um branco (cecótrofos) o qual ingere em condições normais de saúde e outro duro (fezes propriamente dita) expelindo-o para o exterior.
Quando o criador observa no piso da gaiola um "rosário" de cecótrofos(excrementos brancos), em continuidade pode vir uma diarréia.
Em anos de elevada umidade com grandes variações térmicas (frio-calor) são épocas de grande incidência de micose, coccidiose, mixomatose e pasteurolose, o que deve por em alerta o cunicultor.
Das inúmeras enfermidades a que os coelhos estão sujeitos, as mais frequentes são coccidiose, pasteurolose, enterotoxemia, mixocomatose e micoses.
Outras que podem afetar os coelhos, o são em pequena escala, com relação as citadas, que por sua vez podem ser uma consequência das anteriores.
Assim o bom cunicultor deve acompanhar e observar os coelhos e instalações diariamente, sempre atento a quaisquer alterações, em especial com a saúde dos animais.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

COELHOS X CALOR

Os coelhos suportam com dificuldade os períodos de calor, para conseguirem uma melhor adaptação nas épocas quentes, utilizam-se de alguns mecanismos para eliminar o calor.

Pulmões: os pulmões atuam de duas maneiras, o ar expirado é mais quente que o ar inspirado, permitindo por conseguinte uma dispersão do calor. Ainda os pulmões eliminam o vapor d'água, esta eliminação da água em forma gasosa consitui por sí mesma uma perda de calor. Com isso o ritmo da respiração se incrementa com o consequente aumento da temperatura, permitindo desse modo eliminar mais quantidade de calor.

Pele: Os coelhos não possuem glândulas sudoríparas e o pelo faz com que a dispersão do calor direta pela pele seja praticamente nula, o que torna estes animais menos capazes de resistirem a temperaturas elevadas.

Levando-se em conta todos esses elementos, confirma-se a necessidade, nem sempre viável, de manter a temperatura constante em torno de 25ºC, o que justifica a importância de uma ventilação adequada com o fim de eliminar simultâneamente o vapor de água e o calor.
A partir dos 26,7ºC o coelho não pode eliminar o calor de modo correto.
Para sobreviver, deve reduzir seu consumo de alimento e concentrar o aumento de sua alimentação a noite, quando as temperaturas diminuem.
Basicamente 82% da alimentação total se realiza a noite no verão e 70% no inverno.
O coelho reduz sua atividade física para diminuir a sensação de calor, quando ultrapassa os 20 - 26º C.
No caso dos machos há dininuição da atividade física em conjunto com a diminuição dos níveis hormonais que acarretam a diminuição da libido, do poder de fecundação do esperma, surgindo assim problemas na reprodução.
A partir dos 40,6º C, todos os meios utilizados para reduzir o calor se revelam ineficazes; a temperatura do corpo aumenta e ocorre a morte.
Observa-se, ainda, que as orelhas tem um papel importante na eliminação do calor. Todos os criadores sabem que em períodos quentes, o coelho as mantêm erguidas.
As orelhas dos coelhos também apresentam a função de eliminar o calor, sobretudo em temperaturas ao redor dos 25º C, quando notamos um aumento da circulação sanguínea nas orelhas; desse modo sua superfície elimina por irradiação o calor veiculado pelo sangue.

TEMPERATURA
EM ºC
EFEITOS
23,9º CAumento do ritmo respiratório(que se triplica entre 32,2 e 37,8ºC)
26,7º CAumento do ritmo cardíaco
Aumento da temperatura corporal
Diminuição do consumo de alimentos
Diminuição da atividade das tiróides
40,6º CAumento da temperatura corporal e morte