terça-feira, 9 de junho de 2009

COELHO "CROSS" - BOM PARA CARNE

Podemos formar uma linhagem de coelho, própria, que procure atender ao que queremos no que diz respeito a produção de carne. O que porém, necessita de muita dedicação, conhecimento e trabalho.

Algumas raças que podem ser utilizadas na formação de um híbrido "cross" bom de carne:






1. Chinchila - animal de cor cinza, rústico, produtor de carne de boa qualidade.


2.Califórnia - pelagem branca, exceto focinho, patas, orelhas e rabo que são escuros, alto rendimento de carne e cabeça pequena.

3. Nova Zelândia - variedade branca, precoce, apresenta grande aptidão para carne e suporta
temperaturas altas (calor).









4. Gigante de Bouscat - bom rendimento de carcaça.










Primeira cruza - 1 x 2, usando 1 como macho "A".

Primeira cruza - 3 x 4, usando 3 como macho "B".


Segunda cruza AXB, usando A como macho.

Observe, que tanto os resultados A como B, da primeira cruza devem ser conservados no mínimo um macho e uma fêmea, que se destacaram na aparência (conformação) e comportamento, objetivando a fixação desses carcteres em gerações futuras.
Deve-se ainda, buscar no resultado do cruzamento A X B, boa carcaça, cabeça pequena, temperamento nobre, partos numerosos mas não excessivos e pele firme.
É importante trocar animais e experiências com outro criador que faça seleção idêntica, para evitar-se a consanguinidade extrema, o que traria sem dúvida prejuízos a criação.
Agindo assim, obteremos um coelho típico, onde desenvolveremos animais com genes que garantam as qualidades que buscamos, tornando-se dominantes a cada nova geração.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

CRIAÇÃO - TRANQUILIDADE

O coelho é um animal que sofre muito frente aos estímulos externos, por ser sensível às condições do meio.
Em vista disso a tranquilidade do ambiente é um aspecto muito importante e decisivo para o sucesso da criação.
Os gritos, vozes altas, ruídos fortes e repentinos, aparição inesperada de pessoas, provoca pânico e ansiedade nos coelhos.

Sendo a cecotrofia uma operação importantíssima do coelho que é regulada pelas glândulas suprarenais, e para que essa atividade fundamental se processe é necessário tranquilidade e calma no ambiente.
Todos os estados de choque repercutem na glândula suprarenal e como manifestação reacional a sua parte medular segrega adrenalina. O excesso de produção desse hormônio implica quase que de imediato em perturbações de natureza circulatória, respiratória e digestiva.

Assim o pânico e ansiedade importam em alterações fisiológicas em especial na digestibilidade e aproveitamento dos alimentos.

Estas situações também por vezes comprometem as ninhadas, pelo pisoteamento provocado pelas fêmeas, que assustadas saltam para dentro do ninho machucando e por vezes ocasionando a morte dos láparos.

Devemos sempre procurar locais calmos, distantes de movimentação e barulhos excessivos, para instalarmos qualquer tipo ou sistema de criação de coelhos, principalmente se for em larga escala e de grande importância econômica.
O ambiente deve ser o mais tranquilo possível e todas as atitudes que produzam alguma alteração nesta tranquilidade devem ser primeiramente analisadas para diminuirmos ao máximo os prováveis impactos negativos sobre a criação.
O ruído em particular, é um dos fatores que mais perturba e desempenha papel importante no desencadeamento da situação de stress tão prejudicial no desenvolvimento dos coelhos.
De uma maneira geral, deverão ser evitados todos os incidentes ou fatores de stress que podem influir e perturbar a tranquilidade na criação.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

GAIOLAS X DENSIDADE DE ANIMAIS

O bem estar do coelho depende em grande parte do espaço disponível. As gaiolas demasiadamente pequenas ou com lotação excessiva limitam os movimentos, impedindo os animais de determinadas manifestações naturais, influenciando de sobremaneira na higiêne e aspectos sanitários, bem como no desenvolvimento produtivo dos animais.
A criação de coelhos em gaiolas e com densidade de animais elevada, podem produzir uma carcaça de baixa qualidade (com contusões,hematomas,etc), principalmente se for após a décima semana de idade dos animais, quando devido a puberdade manifestam comportamento agressivo e competitivo.
Os cunicultores possuem diferentes opiniões sobre a quantidade de coelhos por gaiolas, que varia de acordo com o estado de vida do animal, sua finalidade (reprodução, abate, produção de pele, etc) além é claro do tipo de gaiola a ser utilizado.
Em linhas gerais o espaço necessário e adequado para um coelho desde que nasce até o desmame é de 0,20m² a 0,26m² o que abriga uma população de quatro a cinco coelhos por metro quadrado.
O espaço destinado para as fêmeas reprodutoras é calculado levando-se em conta o ninho quando dentro da gaiola, associado ao número de filhotes até a desmama; o qual deve ser, quando a fêmea e o ninho dentro da gaiola de 0,40 m² a 0,50m² A gaiola com a coelha sem o ninho pode ter a dimensão de 0,30m² a 0,35 m².



Existe uma orientação de que o espaço adequado é de 0,20m² por quilo de peso vivo, tendo como base as raças médias, como a Nova Zelândia e a Califórnia.
No que diz respeito aos animais, coelhos em recria ou terminação,ou seja desde o desmame até a idade de abate (75/90 dias) é necessário de no mínimo um metro quadrado de espaço para abrigar até quinze animais.

Para os reprodutores, pode-se utilizar as gaiolas convencionais uma vez que os machos reprodutores ou coelhas em descanso só precisam de acomodações com 0,40 m² a 0,50 m².


Segundo alguns criadores, há pouca influência na produtividade e rendimento na criação devido a densidade populacional dos coelhos criados em gaiolas, os aspectos negativos que ocorrem, são supridos ou compensados pelo aumento da produção de carne; devido ao número maior de animais abatidos por gaiola.




domingo, 17 de maio de 2009

HIGIENE E PROFILAXIA


A melhor prevenção contra doenças é manter os coelhos em boas condições de higiene e instalações adequadas.

Muitas vezes o criador iniciante ou não, imagina que a higiene consiste somente em remover as fezes e a urina diariamente, e para facilitar faz um piso de cimento. Isso além de aumentar o trabalho de limpeza, se não houver a utilização de sistemas de coleta de urina e esterco, através de drenos com canaleta que conduza estes dejetos por gravidade até um sumidouro; pode prejudicar os animais que passam a sofrer com a evaporação da amônia existente na urina.

Recomenda-se que as gaiolas fiquem a oitenta centímetros do solo, que preferencialmente deve ser de terra para que a urina se infiltre e desapareça o cheiro desagradável de amônia, da mesma forma os galpões devem ter janelas e ventilação adequada para evitar o cheiro e a presença da amônia, tão prejudicial aos animais no que diz respeito a saúde e seu bem de estar, evitando-se o "stress"de que podem ser acometidos por estes fatores.



Aconselha-se o uso de lança chamas ou vassoura de fogo, uma vez por semana nas gaiolas e nos pisos e a cada quinze dias nas laterias do calpão, fios de sustentação, gaiolas, etc.
Também, a cada quinze dias pulverizam-se as gaiolas com desinfetantes.


Deve-se proteger o piso e a entrada das instalações(pedilúvio) com o uso de cal virgem ou outro desinfetante, evitando-se assim o aparecimento ou proliferação de doenças.


O estêrco acumulado pode ser retirado a cada trinta dias, dependendo do piso este tempo pode ser maior ou menor.






segunda-feira, 4 de maio de 2009

A MUDA



O pêlo do coelho tem uma vida relativamente breve, chegando o momento em que cai naturalmente, sendo substituido por outro de formação recente. A este fenômeno dá-se o nome de muda.
Os pêlos se renovam em princípio na primavera e sobretudo no outono. A muda do outono, é a mais importante, pois prepara a pelagem de inverno destinada a proteger os coelhos contra as intempéries e os rigores do inverno em especial nas regiões mais frias.
Se o outono for relativamente seco e quente, a muda começa mais tarde, tratando-se de coelhos doentes ou mal nutridos a muda também atrasa e desenvolve-se lentamente e incompleta.
Observamos que os coelhos estão na muda quando passamos a mão no sentido contrário dos pelos (de trás para frente) e os mesmos se soltam, e também quando notamos que as gaiolas apresentam grande acúmulo de pelos.
A muda pode manifestar-se de diferentes formas:
- Muda Contínua: é o processo pelo qual o pêlo do animal pode cair em qualquer momento de sua vida, sendo substituído pelo novo.

- Muda de Infância: o coelho nasce com a pele completamente nua, e a partir do quarto dia de vida, começa a cobruir-se de um pêlo finíssimo e lanoso. No final da sétima semana de vida inicia-se a muda dos láparos, depois da qual o coelho aparece com o pêlo próprio da raça.
- Muda Anual: esta muda é a periódica, dependendo do meio ambiente e tendo lugar em épocas fixas, segundo o clima típico de cada região. A muda anual divide as peles em duas classes ou seja a de inverno e a de verão.

- Muda Patológica: pode ser determinada por alguma doença do animal ou problemas cutâneos.

A muda anual do coelho, produz-se no outono ou entrada do inverno, mas levando-se em conta que a maior parte dos nascimentos ocorre na primavera, observamos que o coelho adulto faz este tipo de muda em idade próxima dos oito meses, isto é quando acaba de se desenvolver e conta com reservas orgânicas suficientes, passando por este processo sem grandes problemas.

O criador tem possibilidade de dirigir e até influenciar na evolução da muda, fornecendo aos coelhos alimentação, instalações e manejo adequado.

sábado, 11 de abril de 2009

A RAÇÃO







Ração é definida como um conjunto de matérias primas balanceadas de tal forma a atender as exigências do animal à nível de proteína bruta, matéria fibrosa, energia, vitaminas, minerais e outros.
Portanto, a alimentação constitui-se como fator importante no aparecimento de distúrbios digestivos nos coelhos de engorda ou no perído pós parto, por administração inadequada de ração, seja na qualidade ou na quantidade.
Diarréias de origem alimentar ocorrem, muitas vezes devido a administração de alimentos pobres em celulose ( a celulose auxilia no trânsito dos alimentos no trato digestivo, contudo pode diminuir o ganho de peso dos animais se ministrada em excesso).
Recomenda-se que antes de fornecer-mos a ração aos coelhos, a mesma seja peneirada, com o objetivo de retirar-se se o pó que forma-se devido ao manuseio dos sacos (embalagens) e que é prejudicial aos animais; que aspiram este pó no momento da ingestão da ração podendo causar-lhes alergia, complicações pulmonares ou respiratórias (rinite). Cuidado este, que também devem ter alguns criadores que por vezes alimentam seus coelhos com milho quebrado (quirera muito fina).

Também devemos evitar a troca brusca de ração, a mesma deve ser feita aos poucos, dia a dia, permitindo que a flora microflora do tubo digestivo se adapte ao novo regime alimentar.
A maioria das rações existentes no mercado dão uma conversão alimentar, global na criação na faixa de 4 a 5kg de ração por quilo/coelho.
Uma vez que os custos com alimentação perfazem cerca de 50 a 65% dos custos de produção, a escolha da ração não deve ser baseada somente em custo por quilo de matéria seca, mas sim em eficiência de produção ou índice de conversão alimentar.
Assim sendo, duas rações poderão apresentar o mesmo custo e levarem a desempenhos diferentes.
Índice de conversão alimentar = IC
• IC = quantidade de alimento consumido na engorda / peso do coelho

• IC de engorda = quantidade de alimento/ (peso do coelho ao abate - peso a desmama)

Proceder à análise econômica das rações baseada no IC:

Preço da ração kg x consumo diário / ganho de peso diário







sexta-feira, 3 de abril de 2009

COELHOS - PELE

Em geral os cunicultores se preocupam com a preparação e a utilização comercial das peles, porque apesar de terem certo valor comercial, ainda existe muita dificuldade para a conservação (curtimento) e mercado para a venda de peles em muitas regiões, principalmente as mais afastadas dos grandes centros.
Se o coelho é rentável como produtor de carne, sê-lo-á mais, quando o benefício que resulta do aproveitamento da carne se junte ao proveniente da venda da pele. Daqui o aparecimento das raças Nova Zelândia Branca e Califórnia, com tendência para a criação de animais de dupla aptidão: carne e pele.
número de raças produtoras de peles é grande, como também foram muitas as mutações que apareceram na pelagem do coelho.
Entre as raças modernas de criação recente, destacamoso Castor Rex e suas variações, Prateado de Champanhe, Chinchila, Havana, entre outros.


Castor rex










Para obtermos peles de boa qualidade devemos observar alguns cuidados no manejo dos coelhos, tais como:
- os animais não devem estar em processo de muda do pelo, que é lento durando aproximadamente três meses e se dá quando os animais atingem onze semanas;
- deve-se manter os coelhos saudáveis, bem alimentados com boa higiene (os coelhos para pele devem ser escovados regularmente);
- os machos não utilizados para a reprodução devem ser castrados, o que além de evitar brigas nas gaiolas, caso estejam confinados vários animais juntos (o recomendável é um animal por gaiola), faz com que o pelo fique mais macio e brilhante;
- o local deve ter boa ventilação, o que contribui para deixar a pele mais espessa, principalmente no inverno, quando naturalmente os pelos crescem mais rapidamente, tornando a pele mais densa e apreciável;
- o local não deve ter muita luminosidade, para não influciar na coloração da pele, principalmente das brancas, que podem mudar de cor e ficar amareladas;
- devemos obervar se a pele não apresenta manchas escuras, que pondem indicar o crescimento dos pelos, desvalorizando-a para o comércio;
Na hora do abate e consequente sangria, devemos ter cuidado para não manchar a pele com o sangue, observando-se o seguinte procedimento:
Abate, com a retirada da pele, limpeza dos restos de carne e gordura, secagem, tratamento e armazenamento, a espera do processo de curtimento.
A pele seca pesa entre 125 a 150gr e sua relação com o peso do animal é de 13%.
O valor das peles depende de fatores tais como: comprimento, densidade, brilho, textura, resistência, cor do pelo, tamanho, peso e o estado de conservação.